BRASIL QUER DIÁLOGO COM TRUMP, MAS AFIRMA: SOBERANIA NÃO SE NEGOCIA
O Governo Federal voltou a se manifestar a respeito das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, que entram em vigor na próxima sexta-feira (1º).

Em nota, Ministério liderado por Alckmin reafirma abertura ao diálogo com Washington, mas critica medidas unilaterais e destaca parceria histórica entre os países

O Governo Federal voltou a se manifestar a respeito das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, que entram em vigor na próxima sexta-feira (1º). Em nota divulgada neste domingo (27), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, declarou que está disposto a discutir questões comerciais com Washington. No entanto, garantiu que a soberania nacional não está em negociação.
“Desde o anúncio das medidas unilaterais feito pelo governo norte-americano, o governo brasileiro, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica. Reiteramos que a soberania do Brasil e o Estado Democrático de Direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano”, diz o documento.
Na nota, Alckmin ressalta ainda a relação econômica “robusta e de alto nível há mais de 200 anos” entre Brasil e Estados Unidos e afirma que espera preservar e fortalecer “essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços”.
Até o momento, os Estados Unidos fecharam acordos comerciais com União Europeia, Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão.
O Brasil continua a ser o país com a maior tarifa imposta. A taxação foi anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 9 de julho. Entre os motivos apresentados pelo republicano para as taxas estão as relações comerciais consideradas injustas e a postura do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O anúncio foi realizado no mesmo dia em que Bolsonaro foi alvo de medidas cautelares por parte do Supremo, como o uso de tornozeleira eletrônica e toque de recolher noturno.