BRASIL VOLTA À LISTA DE PAÍSES COM MAIS CRIANÇAS NÃO VACINADAS
O Brasil voltou a figurar no ranking dos países com maior número de crianças não vacinadas. O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do UNICEF utiliza a cobertura da vacina tríplice bacteriana, que protege contra tétano, difteria e coqueluche, como indicador de acesso à imunização e aos serviços de saúde

Levantamento da OMS e Unicef aponta que 229 mil crianças ficaram sem imunização em 2024

O Brasil voltou a figurar no ranking dos países com maior número de crianças não vacinadas. O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do UNICEF utiliza a cobertura da vacina tríplice bacteriana, que protege contra tétano, difteria e coqueluche, como indicador de acesso à imunização e aos serviços de saúde.
De acordo com o levantamento, 229 mil crianças brasileiras não receberam nenhuma dose da DTP – vacina tríplice bacteriana administrada como pentavalente pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Em 2023, eram 103 mil.
A vacina é usada como indicador de acesso à imunização e aos serviços de saúde, e crianças que não tomam a primeira dose são classificadas como “zero dose”.
Na América Latina, apenas o México registrou mais crianças não vacinadas (341 mil). No ranking global, a Nigéria lidera, seguida por Índia, Sudão e República Democrática do Congo. A China aparece logo à frente do Brasil, enquanto Costa do Marfim e Camarões ocupam as últimas posições.
Cenário Global
Em 2024, 89% das crianças no mundo (cerca de 115 milhões) receberam ao menos uma dose da DTP, e 85% (aproximadamente 109 milhões) completaram o esquema com três doses. Ainda assim, 14,3 milhões de crianças continuam sem nenhuma vacina e outras 5,7 milhões foram apenas parcialmente imunizadas. Nenhuma das 17 vacinas monitoradas atingiu a meta mínima de 90% de cobertura.
Segundo a OMS, os principais fatores que comprometem a vacinação são falhas na oferta de serviços, desigualdade territorial, conflitos armados, instabilidade política e desinformação sobre vacinas.