DEPOIMENTO DE MAURO CID É ALVO DE QUESTIONAMENTOS DO MINISTRO LUIZ FUX
O primeiro dia de interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022 foi marcado pelo depoimento do ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Jair Bolsonaro, Mauro Cid.
Fux foi o único ministro da Primeira Turma, além do relator Moraes, a solicitar o acompanhamento dos interrogatórios que ocorrerão ao longo da semana
O primeiro dia de interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022 foi marcado pelo depoimento do ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Jair Bolsonaro, Mauro Cid.
Em depoimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o tenente-coronel afirmou que o ex-presidente leu e solicitou alterações em uma “minuta golpista”, que continha medidas para anular o resultado das eleições presidenciais de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Cid, entre as alterações sugeridas por Bolsonaro estava a retirada do trecho que previa a prisão de autoridades, com exceção do próprio Moraes.
O ex-assessor relatou que o documento era dividido em duas partes: a primeira listava possíveis interferências do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no governo e no processo eleitoral; a segunda trazia fundamentação jurídica e propostas como estado de defesa, estado de sítio, prisão de autoridades, criação de um conselho eleitoral e de um comitê de crise para refazer as eleições.
Durante o depoimento, o ministro Luiz Fux questionou Mauro Cid sobre a quantidade de depoimentos prestados por ele na delação premiada relacionada ao processo que investiga o suposto plano de golpe. O tenente-coronel respondeu que apresentou um relato extenso inicialmente e, depois, foi chamado pela Polícia Federal para complementar as informações.
Fux foi o único ministro da Primeira Turma, além do relator Moraes, a solicitar o acompanhamento dos interrogatórios que ocorrerão ao longo da semana. Ainda serão ouvidos o deputado e ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro-chefe do GSI, Augusto Heleno; o ex-presidente Jair Bolsonaro; e o ex-ministro da Defesa e vice na eleição de 2022, Walter Braga Netto.
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