EDUARDO BOLSONARO PEDE PARA EXERCER MANDATO À DISTÂNCIA
Deputado alega “perseguição política” e pede para atuar remotamente, enquanto acumula faltas e enfrenta risco de perder o mandato
Mario Agra/Câmara dos Deputados
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) encaminhou um ofício ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitando autorização para exercer suas funções parlamentares a partir dos Estados Unidos, onde está desde fevereiro deste ano.
No documento enviado na quinta-feira, 28, Eduardo afirma que permanece fora do país por razões de “perseguição política” e que, não fosse por isso, teria assumido a presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Ele também citou precedentes criados durante a pandemia de covid-19, quando foi permitida a participação remota dos parlamentares em sessões deliberativas.
Até esta sexta-feira, 29, o deputado acumula 14 faltas não justificadas. Segundo o regimento da Câmara, o parlamentar pode perder o mandato caso ultrapasse o limite de 33% de ausências em sessões deliberativas ordinárias. Eduardo, porém, declara que não reconhece as ausências e afirma estar em “pleno exercício das funções”.
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado viajou aos Estados Unidos em busca de apoio político de Donald Trump, atual presidente norte-americano. A ida ao exterior coincidiu com o início do julgamento do ex-mandatário e de outros cinco réus acusados de crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado ao patrimônio da União.
Segundo Eduardo Bolsonaro, a reação do governo norte-americano incluiu a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
