NOVA FORMA DE FINANCIAR A CASA PRÓPRIA PODE SUBSTITUIR A POUPANÇA

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição, em parceria com os bancos, está avaliando uma nova alternativa à tradicional caderneta de poupança para o financiamento habitacional. Atualmente, a poupança representa a principal fonte de recursos para o setor imobiliário, mas vem registrando uma saída crescente de valores devido ao aumento dos saques

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11/06/2025 ◦ Por: Ediana Pimenta




Para Galípolo, a perda de recursos da poupança é considerada um movimento natural, já que outros investimentos oferecem maior rentabilidade

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📷: Reprodução /Internet

 O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o BC e os bancos estão desenvolvendo uma nova alternativa à poupança para financiar a casa própria. Hoje, a caderneta é a principal fonte de recursos do setor imobiliário, mas vem perdendo força com o aumento dos saques. Segundo ele, a proposta é criar um modelo provisório que utilize a captação de mercado para manter o crédito habitacional acessível.

Ele explicou que estão trabalhando nessa solução em diálogo com as instituições financeiras, especialmente com a Caixa, e que, em breve, pretendem apresentar um modelo provisório, baseado em captação via mercado, para equilibrar a situação.

A busca por novas formas de financiar imóveis ocorre em um momento em que o governo propõe a cobrança de Imposto de Renda sobre as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), títulos hoje isentos e amplamente utilizados para garantir a oferta de crédito imobiliário.

Essa proposta integra um pacote de medidas fiscais anunciado com o objetivo de ampliar a arrecadação e conter o déficit nas contas públicas. No entanto, a medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso e já enfrenta resistência de entidades do setor financeiro.

Para Galípolo, a saída de recursos da poupança é um movimento estrutural, impulsionado pela atratividade de produtos financeiros com maior rentabilidade. Segundo ele, é difícil competir com outras alternativas de investimento atualmente. Acrescentou ainda que, com o avanço da educação financeira, a redução na captação da poupança tende a ocorrer de forma natural.

Nada sobre Copom ou inflação

Durante sua participação na Febraban Tech 2025, Galípolo afirmou que não daria nenhuma sinalização sobre a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à taxa básica de juros. A reunião está prevista para a próxima semana, e com a inflação de maio em queda, o mercado espera manutenção da taxa Selic, atualmente em 14,75%.

Ele comentou que se criou quase uma ciência em torno da análise das comunicações do Copom, observando o uso de palavras e seu impacto na política monetária. Finalizou dizendo que os analistas podem ficar tranquilos, pois não daria nenhum tipo de sinal sobre o Copom naquele momento.

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