OSTEOPOROSE E SAÚDE ÓSSEA: UM DESAFIO NA TERCEIRA IDADE

A população brasileira com mais de 60 anos dobrou entre 2000 e 2023, passando de 15,2 milhões para mais de 32 milhões

27/03/2025 ◦ Por: Ediana Pimenta

Congresso discutirá desafios da ortopedia no idoso e melhores práticas para o cuidado dos ossos

A população brasileira com mais de 60 anos dobrou entre 2000 e 2023, passando de 15,2 milhões para mais de 32 milhões. Esse aumento trouxe novos desafios para a saúde, incluindo a osteoporose, que compromete a qualidade de vida dos idosos. Esse crescimento populacional acarreta um grande desafio em relação à saúde dessa faixa etária.

Entre as condições mais preocupantes, a osteoporose, que afeta diretamente a saúde óssea dos idosos, tem se tornado cada vez mais frequente e representa um problema de saúde pública no Brasil.

Segundo a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), o Brasil registra cerca de 400 mil fraturas por fragilidade anualmente, com uma estimativa de aumento de 60% até 2030. A osteoporose, caracterizada pela diminuição da massa óssea, enfraquece os ossos, elevando o risco de fraturas, especialmente no quadril, coluna e punho.

Embora seja uma condição comum, muitas vezes ela permanece subdiagnosticada e subtratada, o que agrava ainda mais os efeitos sobre a qualidade de vida dos idosos. De acordo com a IOF, 50% das pessoas que sofrem uma fratura devido à osteoporose terão outra fratura no futuro.

É diante desse cenário preocupante que a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Goiás (SBOT-GO) realizará o XIX Congresso Goiano de Ortopedia e Traumatologia.

O evento ocorrerá de 3 a 5 de abril de 2025, em Goiânia, no Oscar Niemeyer, com o tema central “Ortopedia no Paciente Geriátrico”. O congresso abordará os desafios da saúde óssea e ortopédica nos idosos, alinhado com a Década do Envelhecimento Saudável, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que visa promover uma vida mais ativa e saudável para a população idosa.

Fábio Lopes de Camargo, presidente da SBOT-GO, será um dos responsáveis por conduzir as discussões sobre as melhores práticas para tratar e prevenir problemas ortopédicos na população idosa, destacando a importância do diagnóstico precoce e da abordagem multidisciplinar. “O envelhecimento saudável é uma prioridade global. No Brasil, com o aumento da população idosa, é essencial discutirmos estratégias de tratamento e prevenção que impactem positivamente a qualidade de vida dos nossos pacientes”, afirma o presidente.

Entre os principais problemas ortopédicos que afetam os idosos, destacam-se:

Fraturas: Comuns no quadril, punho e ombro, frequentemente causadas por quedas. O tempo de recuperação é mais longo e pode levar a complicações.
Osteoporose: A diminuição da massa óssea favorece o surgimento de fraturas, sendo uma das principais complicações do envelhecimento.
Hérnia de disco: Deslocamento do disco intervertebral que causa dores nas costas e problemas de sensibilidade nas pernas e pés.
Artrose: Doença degenerativa das articulações, muito comum entre os idosos, prejudicando a mobilidade e qualidade de vida.

Além disso, problemas como fascite plantar, lombalgia, bursite, tendinite, e problemas de coluna também são recorrentes nessa faixa etária.

O tema da Ortopedia Geriátrica se torna cada vez mais urgente, como destaca Fábio Lopes. “Os ortopedistas precisam estar preparados para diagnosticar e tratar as doenças que mais afetam os idosos, oferecendo soluções eficazes e humanizadas”, conclui.

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