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VIRAL NAS REDES, PERIGOSO NA PRÁTICA: RISCOS DO USO INCORRETO DO MOUNJARO

O uso inadequado pode levar à perda de massa muscular, causando a chamada sarcopenia

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Divulgação/Eli Lilly

Em busca do corpo ideal, muitas pessoas têm ignorado os riscos à saúde. O Mounjaro, medicamento indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, vem sendo utilizado sem prescrição médica com o objetivo de emagrecer. Prometendo menos fome, menos peso e resultados visíveis, o remédio viralizou nas redes sociais e se tornou alvo de contrabando no Brasil.

Apesar do apelo nas redes, especialistas alertam que o uso indiscriminado da tirzepatida — princípio ativo do Mounjaro — pode trazer consequências indesejadas. O médico Gustavo Lima explica que, embora o medicamento seja seguro, ele deve ser utilizado com acompanhamento profissional. “Todo remédio precisa de supervisão. O uso inadequado pode levar à perda de massa muscular, causando a chamada sarcopenia. A pessoa até emagrece, mas não perde apenas gordura, perde também massa magra. Isso é perigoso, pois, a longo prazo, compromete a força motora. Atos simples, como levantar e sentar, podem se tornar difíceis”, alerta.

Mesmo sem liberação oficial no Brasil — o lançamento está previsto apenas para junho — o Mounjaro já circula de forma ilegal. Apenas neste mês, a Receita Federal apreendeu 389 canetas contrabandeadas no Aeroporto do Recife, avaliadas em cerca de R$ 1 milhão. A apreensão foi resultado de um trabalho de análise de risco e monitoramento de passageiros, que identificou um viajante vindo do Reino Unido transportando os medicamentos de forma irregular. A ação foi realizada no momento da chegada, durante o controle aduaneiro.

Outro risco associado ao contrabando é o armazenamento inadequado. O Mounjaro precisa ser mantido sob refrigeração, entre 2 e 8 graus Celsius. Fora dessa faixa, o medicamento pode perder sua eficácia. “Estão trazendo essas canetas escondidas dentro de roupas, malas, até em peças íntimas. Sem a refrigeração adequada, o remédio pode perder o efeito. É preciso ter muito cuidado com isso”, reforça Gustavo Lima.

Para conter o uso abusivo, a Anvisa passou a exigir a retenção da receita médica retida para a compra não só do Mounjaro, mas também de outros medicamentos conhecidos como emagrecedores, como Ozempic e Wegovy. A medida visa evitar os riscos do uso sem orientação.

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